Acre | Geografia e História do Estado do Acre

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Acre | Geografia e História do Estado do Acre

Localização do Acre

O Estado do Acre possui uma área de 152.589 km2 e equivalente a 1,79% do território nacional. É uma vasta depressão que se localiza na parte sudoeste da Amazônia, ocupando 301% de sua área, cobrindo aproximadamente 10 milhões de hectares de florestas tropicais.

Dados gerais do Estado do Acre

Sigla: AC

Habitante: acreano

CapitalRio Branco

População: 557.526 - Homens: 280.983 / Mulheres:276.543

Eleitores: 369.786 (fonte TRE/AC)

Área: (Km2): 152.581,388: Densidade populacional 

Hora local (em relação à Brasília): -2h. Fonte IBGE

Situação geográfica Localização: sudoeste da região Norte. Área: 152.581,388 km². Limites: Amazonas (N); Rondônia (L); Bolívia (SE); Peru (S e O).

Características: planalto (maior parte do território); Serra da Contamana (O).

Clima: equatorial. Rios principais: Juruá, Tarauacá, Muru, Envira, Xapuri, Purus, Iaco, Acre.

Número de municípios: 22 Governo

Cidades mais populosas

Rio Branco - Homens: 123.248 / Mulheres: 129.811 - Total: 253.059 Área (Km2): 9,222,577 Densidade populacional.

Cruzeiro do Sul - Homens: 33.919 / Mulheres: 33.522 - Total: 67.441 Área (Km2): 7,924,943 Densidade populacional.

Tarauacá - Homens: 13.432 / Mulheres: 12.605 - Total: 26.037 - Área (Km2): 15,553,430 Densidade populacional

Sena Madureira - Homens: 15.283 / Mulheres: 14.137 - Total: 29.420 Área (Km2): 25,278,095 Densidade populacional

Brasiléia - Homens: 8.882 / Mulheres: 8.131 - Total: 17.013 Área (Km2): 4,336,189 Densidade populacional.

Relevo do Acre

Do ponto de vista geomorfológico a região acreana é considerada como uma vasta planície (antiga classificação do relevo). Hoje, depressão, onde denominam as formas planas, por muitas vezes, tornando-se sensivelmente onduladas. A maior presença de ondulações são verificadas principalmente nos municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Neste último a topografia é completamente diferente da que se observa nos demais municípios onde a dissecação do relevo não foi intensa, todavia, do ponto de vista alimentício, 63% da área da região estão entre as costas de 201 a 300 metros.

As maiores elevações do território acreano, são encontradas na zona ocidental, ou mais especialmente, na chamada Serra do Divisor, nas fronteiras com a República do Peru tem como ponto culminante a Serra do Moa, com 600 metros onde o relevo e a própria estrutura se modificam pela sua ramificação da Serra da Contamana, já pertencente a faixa sub andina.

O platô (planalto) acreano tem formação sedimentar com predominância de arenitos, não se apresentando a existência de rochas cristalinas.

De modo geral, os terrenos da região são constituídos por camadas de argila e areia quando muito de argilito pardo (rochas mais duras que as argilas comuns) e de camadas de arenito muito frágeis, parecendo-se muito mais com um banco de areia levemente endurecido. A falta de afloramentos rochosos tem acarretado o surgimento de vários problemas para os diretores de obras, que são obrigados a procurar outros processos para construir alicerces de casas de alvenaria ou mesmo, para calçar ruas e conservar piso nas estradas, até mesmo a canga (piçarra) que em algumas regiões têm substituído de modo razoável a pedra, existe em pequenas quantidades, sendo raro os afloramentos no Acre.

Os afloramentos de canga – piçarra, mais conhecido no território acreano foram verificados no curso da rodovia Plácido de Castro, aparecendo no município de Senador Guiomard.

Segundo o levantamento feito sobre recursos naturais do solo pelo Projeto Radam Brasil, a avaliação da capacidade natural média do uso da terra, para a atividade da lavoura e criação do gado sem pasto plantado, é resultante da interação dos fatores solos, clima e relevo, que a reagirem vão refletir o seu potencial quanto a essas atividades. Observa-se, no entanto, que várias culturas adaptadas a altos excedentes hídricos, podem ser ai instaladas com êxito, desde que as condições edáficas sejam adequadas. Tal é o caso arroz, milho, mandioca, banana e abacaxi.

No Estado do Acre, predominam três unidades geomorfológicas que são Planície Amazônica, Depressão Rio Acre – Rio Javari e Planalto Rebaixado da Amazônia (ocidental). A maior área é ocupada pela Depressão Rio Acre – Rio Javari.

Clima do Acre

O estado do Acre, no extremo ocidente da Amazônia brasileira, apresenta-se com um clima caracterizado pelas altas temperaturas e elevados índices pluviométricos. Esta constância termo pluviométrica é modificada pela invasão de ar polar que ocorre durante o inverno austral, concorrendo para a instalação de um período seco na maior parte do território e para o decréscimo de temperatura, originando o fenômeno conhecido como “friagem”.

O regime térmico na área é regido pelas penetrações da massa de ar polar definido (massa Polar Atlântica), o período menos quente e pouco chuvoso de maio a setembro, em contraposição ao período quente chuvoso de outubro a abril, quando o domínio atmosférico aos sistemas tropicais: massa Equatorial Continental e massa Tropical Continental.

Vegetação do Acre

A vegetação acreana pertence ao conjunto da Região Norte, onde predomina a floresta amazônica perene. Essa floresta, foi denominada por Humboldt de “Hiléia”, cujos limites ultrapassam o território brasileiro (Amazônia Internacional).

Na maior floresta do mundo, o solo é só o lugar onde as árvores se apoiam fisicamente, nada mais, retirada a capa verde, a terra não tem força para reerguer sozinha uma nova mata (mata secundária). A Amazônia só existe porque chove muito na região. Metade dessa chuva vem do Oceano Atlântico através da migração de massas de ar intensificadas pelos ventos alísios.

Outra metade resulta da evaporação do suor da floresta, um fenômeno que os especialistas chamam de evapotranspiração. Na Amazônia fica evidente a um paradoxo, ela é extremamente grande em heterogeneidade, no entanto tem um número pequeno de cada espécie, a principal explicação para a existência de tanta diversidade é a Teoria dos Refúgios Florestais, que nos últimos 100.000 anos, o planeta sofreu vários períodos de glaciação, em que as florestas enfrentaram fases de seca ferozes.

No Acre, o extrativismo vegetal, desde o início de sua ocupação, até os dias atuais vem se destacando como uma das principais atividades econômicas, favorecida pela vegetação natural, rica em espécies vegetais. Na mata de terra firme sobressaem: castanheira, madeira de lei, guaraná, mogno, cedro, pau-rosa e outras; na mata de várzea: seringueira, pau-mulato, samaúma e outras e finalmente na mata de igapó: açaí, vitória régia, arapari, mamorana e outras.

Hidrografia do Acre

A hidrografia acreana, faz parte da grande bacia hidrográfica amazônica. É representada pelos rios Purus e Juruá, estes situam-se a margem direita do rio Amazonas (Solimões).

Os rios que formam a rede hidrogáfica acreana podem ser considerados inteiramente de planície, já que suas bacias acham-se instaladas sobre as terras do platô terciário amazônico.

A Bacia do Juruá é composta: Moa, Juruá-Mirim, Juruá, Liberdade, Tejo, Gregório, Tarauacá, Envira e outros.

A Bacia do Purus é composta: Acre, Iaco, Chamdless, Purus, Abunã, Antimari, Xapuri e outros.

Os nomes dos rios Juruá e Purus são de origem indígena. O nome Purus vem dos índios purupurus que habitavam às suas margens. Juruá é uma derivação do nome Yurá, usado pelos indígenas que habitavam às suas margens. Os rios acreanos são formados por águas brancas , mas possuem uma água toldada e barrenta. São considerados rios novos (idade) mas velhos quanto ao percurso, ricos em sais minerais, após as vazantes refertilizam as suas margens, funcionando como um corretivo do solo para a prática da agricultura de subsistência por parte dos ribeirinhos.

Economia do Acre

Agricultura: mandioca, milho, feijão
Pecuária: bovinos, suínos
Indústria: produtos alimentares
Construção civil: madeira e mobiliário

Dados Geográficos do Acre

Localização: o Acre fica no extremo oeste da região Norte
Área: 153149,9 km2
Relevo: depressão na maior parte do território; planície estreita ao Norte.
Rio principais: Juruá, Xapuri, Purus, Tarauacá, Muru, Embira, Acre.
Vegetação: Floresta Amazônica.
Clima: Equatorial
Municípios: 22

Divisão Regional do Acre

O Estado do Acre está divido em duas mesoregiões: a mesoregião do Vale do Purus e a mesoregião do Vale do Juruá.

Mesoregião do Vale do Purus:

Compreende as microregiões de Rio Branco, Brasiléia e Sena Madureira.

Microregião de Rio Branco: 

Rio Branco, Senador Guiomard, Plácido de Castro, Bujari, Porto Acre, Acrelândia e Capixaba. Microregião de Brasiléia: Brasiléia, Assis Brasil, Epitaciolândia e Xapuri Microregião de Sena Madureira: Sena Madureira, Manuel Urbano e Santa Rosa

Mesoregião do Vale do Juruá:

Compreende as microregiões de Cruzeiro do Sul e Tarauacá
Microregião de Cruzeiro do Sul: Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e Rodrigues Alves. Microregião de Tarauacá: Tarauacá, Jordão e Feijó

Setores da Economiado Acre

Setor primário

O extrativismo continua sendo uma das principais atividades econômica do Estado, contudo a introdução da atividade agrícola no Estado do Acre ocorreu tardiamente, em função da exploração do espaço estar voltado para o extrativismo da borracha.

Rio Branco | Acre
Rio Branco

Em 1970, no governo Vanderlei Dantas instala uma política pecuarista para o Estado, sob o slogan “Produzir no Acre, investir no Acre e exportar pelo Pacífico”. Paraíso para os fazendeiros, inferno para os seringueiros/posseiros que migram intensamente para as cidades. Também nesse período o INCRA e a EMATER reorganizam a agricultura implantando núcleos de colonização (PAD’s), Projeto de Assentamento Dirigido. Incentivam a plantarem culturas permanentes, além daquelas destinadas a subsistência. Sendo hoje, o RECA, a expressão mais forte desse setor ao lado dos pólos agroflorestais (cupuaçu, pupunha e castanha são produtos principais no RECA).

Setor Secundário

Para promover o desenvolvimento industrial o governo do Estado, criou em 1975, a CODISACRE, em 1976, ela cria a Distrito Industrial de Rio Branco, que compreende uma área de 232 ha, localizada no km 5 da BR 364. Muito embora o Distrito Industrial tenha sido criado para fomentar a instalação de novas indústrias, observa-se um tímido crescimento de estabelecimentos industriais. Este fato pode estar relacionado à infra-estrutura existente e ao baixo investimento no setor.

Setor Terciário

Este setor é o que mais cresce, no entanto o comércio local está atrelado ao pagamento de Governo Federal/Estadual/Municipal, o que limita o poder de aquisição deste mercado consumidor, outro aspecto negativo é a avassaladora presença da economia informal, fruto das dificuldades na conquista de um emprego, o “subemprego toma conta do pedaço”, aumentado a não arrecadação dos impostos.
ACRE, DADOS GERAIS DO ESTADO DO ACRE

História do Acre

Até o início do século XX,o atual território do Acre pertencia à Bolívia. Desde as primeiras décadas do século XIX, no entanto, a maioria de sua população era formada por brasileiros que exploravam os seringais e não obedeciam à autoridade boliviana.

Os brasileiros criam na prática um território independente e exigem sua anexação ao Brasil. Em 1899, os bolivianos começam a recolher impostos e fundam Puerto Alonso (hoje Porto Acre) na tentativa de assegurar o domínio da área.

Os brasileiros se revoltam, e os conflitos só terminam com a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 17/11/1903. Pelo tratado, o Brasil recebe a posse definitiva da região em troca de áreas no Mato Grosso, do pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e do compromisso de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré.

Integrado ao Brasil como território, o Acre é subdividido em três departamentos: Alto Acre, Alto Purus e Alto Juruá, este último desmembrado em 1912 para formar o Alto Tarauacá.

Unificado em 1920, elege representantes para o Congresso Nacional, a partir de 1934. Em 15/06/1962, o presidente João Goulart sanciona lei que eleva o território à categoria de Estado.

Rio Branco - Acre
Rio Branco - Acre

O território do Acre ao início do século XX fazia parte do território boliviano pelo Tratado dos Limites assinado em Ayacucho, em 1867. A ocupação efetiva do Acre pelos seringueiros brasileiros, durante a corrida à borracha amazônica no século XIX, depois de vários incidentes, levou à elaboração do Tratado de Petrópolis a 17 de novembro de 1903, assinado entre a Bolívia e o Brasil, passando a soberania da região a pertencer a este último.


A história do Acre começa a se definir em 1895 quando uma comissão demarcatória foi encarregada de definir limites entre Brasil e Bolívia, com base no Tratado de Ayacucho, de 1867.

No processo demarcatório foi constatado, no ponto inicial da linha divisória entre os dois países (nascente do Javari), que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, na época ocupada por brasileiros.

Reconhecida legalmente a fronteira Brasil-Bolívia, em 12 de setembro de 1898 a Bolívia quis tomar posse da região então ocupada por seringueiros brasileiros, na vila de Xapuri. Os brasileiros não aceitaram e obrigaram os bolivianos a se retirar da região.

No início de 1899, desembarcou em Puerto Alonso o ministro boliviano, Dom José Paravicini, com apoio do governo brasileiro, impôs decretos, inclusive o de abertura dos rios amazônicos ao comércio internacional, cobrou altos impostos sobre a borracha, demarcou seringais e oprimiu os nativos da região.

O período dessa atuação ficou na história como os "Cem dias de Paravicini". A Insurreição Acreana ganha seu primeiro ensaio em 1º de maio de 1899, quando seringalistas se reúnem no seringal Bom Destino, de Joaquim Vitor, liderados pelo jornalista José Carvalho, e decidem lutar contra o domínio boliviano.

O momento coincidia com a viagem de Paravivini para Belém. O Delegado que o substituía, Moisés Santivanez, foi expulso. Começava a Revolução Acreana. Sem armas ou tiros, os revolucionários brasileiros restabeleceram o domínio e criaram a Junta Central Revolucionária.

Palácio Rio Branco
Palácio Rio Branco

Luiz Galvez e o Estado Independente do Acre

Em 03 de junho de 1899, entra no cenário da Revolução do Acre o jornalista espanhol Luis Galvez, que denuncia nos jornais paraenses uma aliança entre Bolívia e Estados Unidos.

Os EUA apoiariam militarmente os bolivianos em caso de guerra contra o Brasil. Enquanto o governo brasileiro continuava reconhecendo os direitos da Bolívia sobre a região, revolucionários decidem pela fundação do Estado Independente do Acre.

Os revolucionários, em 14 de julho de 1899 - escolhida por ser a data de aniversário da Queda da Bastilha durante a Revolução Francesa - concretizam a criação do Estado Independente do Acre, com capital na Cidade do Acre, antes chamado Puerto Alonso.

Luis Galvez foi aclamado presidente do novo país. Galvez buscou o reconhecimento internacional e elaborou a legislação.

Porém, ele desagradou seringalistas, aviadores e exportadores e acabou sendo deposto em 28 de dezembro de 1899 pelo seringalista Antônio de Souza Braga, que não se garantiu no comando e devolveu o posto a Galvez, em 30 de janeiro de 1900.

Em 15 de março de 1900, o governo federal enviou força da marinha brasileira para o Acre. Galvez foi destituído e o Acre voltou ao domínio Boliviano.

O governo do Amazonas também tinha pretensões de anexar o Acre ao estado e decidiu financiar a expedição Floriano Peixoto ou Expedição dos Poetas, que levou para a área boêmios e profissionais liberais de Manaus.

Em 29 de dezembro de 1900, em Puerto Alonso, os poetas foram derrotados. Em 11 de julho de 1901, a Bolívia assina contrato de arrendamento do Acre com capitalistas norte-americanos e ingleses, que chegaram para instalar o Bolivian Syndicate, o que, para a opinião pública, era uma ameaça à soberania nacional.

O governo federal finalmente percebe os riscos e possíveis perdas e interfere, salvando a Amazônia do domínio imperialista.

Revolução Acreana

Com novo apoio do governo do Amazonas seringueiros e seringalistas revolucionários partiram mais uma vez para a luta em 6 de agosto de 1902, em Xapuri.

A luta armada se estendeu até 24 de janeiro de 1903, data de retomada do poder aos brasileiros e reinstalação do Estado Independente do Acre. Com a substituição, na República brasileira, de Campos Sales (1898/1902) por Rodrigues Alves (1902/1906) muda a postura do governo federal sobre o assunto.

A partir das negociações do ministro das Relações Exteriores, Rio Branco, foi estabelecido o Tratado de Petrópolis, em 17 de novembro de 1903, que anexava o Acre ao Brasil. Em 8 de setembro de 1909, mediante o Tratado do Rio de Janeiro, foi resolvida também a questão de fronteiras com o Peru.

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