Almorávidas

Almorávidas

Almorávidas
Os Almorávidas (em árabe, al-murabit, "os do ribat", isto é, "da fortaleza"), confederação de tribos berberes chefiadas por Yahia ibn Ibrahim, formaram no começo do século IX uma confraria de monges guerreiros que, orientados pelo teólogo Abdala ibn Yasin, pregavam a pureza de costumes e a guerra santa. Os almorávidas ocuparam e islamizaram Gana a partir de 1054. Yahia ibn Ibrahim, morto em 1056, foi substituído por seu irmão, Abu Bakr ibn Umar, que prosseguiu na conquista do Marrocos e chegou a ocupar parte do Sudão. Sucedeu-lhe na chefia o primo Yusuf ibn Tashfin, que dominou de 1062 a 1106; fundou Marrakech, conquistou Argel e, consolidado o império almorávida ao norte da África, invadiu em 1086 a Andaluzia, onde lutou ao lado do príncipe abádida al-Mu Tamid, com quem logo se desentendeu.

A partir de uma pequena fortaleza-mosteiro na costa oriental africana, o movimento político-religioso muçulmano dos almorávidas, após um século de guerras, conseguiu conquistar todo o Marrocos e a metade sul da península ibérica.

Na Espanha os muçulmanos estavam divididos em principados rivais (chamados pelos espanhóis de reyes de taifa, isto é, reis de bando). Apesar de condições desfavoráveis, Yusuf enfrentou os espanhóis, comandados por Afonso VI, que havia tomado Toledo, e derrotou-os em Zalaga (ou Zalaca), ao norte de Badajoz. Ocupou a seguir toda a Espanha muçulmana, desalojando os reyes de taifa e unificando-a, de 1090 a 1094, com exceção de Valência, que se encontrava sob o protetorado de Rodrigo Díaz de Bivar, El Cid. Morto este, porém, Valência também caiu, em 1099.

Ali ibn-Yusuf reinou de 1106 a 1143, conseguindo inicialmente manter as posições conquistadas por seu pai e antecessor. Afonso VI foi derrotado em Veles; Ali ibn-Yusuf ocupou Saragoça em 1110, mas perdeu-a oito anos depois e não conseguiu reconquistar Toledo. A união entre a Espanha e a África estava consolidada. Entretanto, crescia o poder dos emires almorávidas na Espanha, e na África os almôadas mantinham acesa a rebelião nas montanhas do Atlas, desde 1125. Tashfin ibn Ali sucedeu ao pai em 1143 e tentou em vão deter o processo de dissolução de seu império. Foi morto perto de Oran em 1145. Marrakech, a capital, caiu em 1147 e o poder passou às mãos dos almôadas.

Os chefes almorávidas usavam o título de amir al-muslinin (chefe dos muçulmanos), mas reconheciam a autoridade do califado de Bagdá. Foram pouco tolerantes em matéria de crença, impondo tributos aos cristãos, mas não aos judeus. Assimilando muito da cultura e dos métodos administrativos dos espanhóis, deram à Espanha grande contribuição cultural e levaram ao norte da África uma civilização hispano-mourisca. Não passando, porém, de clã berbere, ficavam ilhados como minoria entre os povos ibéricos africanos.

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