Lockheed U-2, O Avião Espião Que Originou a Área 51

Lockheed U-2, O Avião Espião Que Originou a Área 51

Lockheed U-2, O Avião Espião Que Originou a Área 51

Lockheed U-2, ou simplesmente U-2 ("u" de utilitário), apelidado de Dragon Lady, é um avião de reconhecimento em altas altitudes utilizado pela Força Aérea dos Estados Unidos da América.

O U-2 propicia uma vigilância contínua, tanto durante a noite como durante o dia, a uma altitude de 21.000m, independentemente das condições climáticas. Com isso, é possível obter informações críticas para a tomada de decisões durante um conflito, tal como na Crise dos mísseis de Cuba.
O militarismo sempre foi pioneiro e propulsor na criação de tecnologias fantásticas, sendo que algumas delas passaram a fazer parte da nossa ”rotina civil” mais tarde. Contudo, esse avanço tecnológico se destaca ainda mais quando o assunto são armas, veículos blindados e aviões.

Um dos resultados dessas pesquisas e desenvolvimentos é a aeronave Lockheed U-2, um avião construído na década de 50 capaz de voar até o limite da troposfera para monitorar alvos em solo sem ser percebido pelos radares inimigos.

Lockheed U-2

Usado pela Força Aérea dos EUA, ele está envolvido com as teorias conspiratórias que delatam o misterioso complexo secreto do governo norte-americano conhecido como Área 51. Descubra neste artigo um pouco mais sobre esta incrível aeronave e fique louco de vontade de dar uma voltinha nela.

A ideia de criar uma aeronave de reconhecimento que pudesse sobrevoar o espaço aéreo de outro país surgiu entre os militares dos EUA no início de 1950, quando a Guerra Fria esquentava e a tensão entre as potências econômicas e bélicas da época aumentava. O exército norte-americano queria encontrar uma forma mais eficiente de mapear o território soviético e descobrir as verdadeiras intenções de seus rivais nessa guerra “não declarada”.

Até então, os aviões de vigilância eram basicamente bombardeiros adaptados que estavam vulneráveis às artilharias antiaéreas. Foi então que se pensou no desenvolvimento de um veículo capaz de atingir uma altitude tão alta que o colocasse fora do alcance de caças, mísseis e até mesmo de radares.

A Força Aérea forneceu contrato para algumas empresas na tentativa de fabricar esse avião. A companhia Lockheed Corporation (hoje Lockheed Martin) ficou sabendo da proposta militar e resolveu elaborar o seu projeto. O conceito inicial da aeronave da Lockheed não possuía trens de pouso e só podia aterrissar por meio de uma espécie de esqui, sendo rejeitado pelo exército dos EUA.

Porém, a ideia chamou atenção de alguns especialistas que propuseram à CIA (agência de inteligência do país) o financiamento da aeronave. O então presidente Dwight Eisenhower aprovou o pedido e liberou US$ 22,5 milhões para a fabricação de 20 aviões, sendo o modelo finalmente batizado como U-2 — uma referência ao termo “utilidade”.
A estranha relação entre o Lockheed U-2 e a Área 51
E foi assim que o Lockheed U-2, apelidado de “Dragon Lady”, saiu do papel e levantou voo no dia 1° de agosto de 1955 em uma região de testes militares próxima ao Groom Lake, no deserto de Nevada. Você já ouviu falar nesse lugar?

Sim, é ela mesma: a Área 51, a misteriosa base militar que supostamente esconde pesquisas e experiências com tecnologias alienígenas e que só teve sua existência admitida pelo governo dos EUA em 1994.

Assim como quase tudo sobre esse complexo militar, não se sabe exatamente qual a relação e a atuação que esta aeronave teve com as atividades desenvolvidas nesse temido lugar. Há quem diga que a pista de pouso construída ali foi planejada especialmente para o U-2 e que a aeronave foi na verdade desenvolvida para chegar o mais próximo possível do espaço e tentar avistar ou coletar sinais de extraterrestres.

Lockheed U-2 e a Área 51

O Lockheed U-2 pode ser considerado um velho de guerra. Como mencionamos, ele teve um papel importante na tomada de decisões estratégicas dos EUA em diversas operações durante a Guerra Fria e, mais tarde, também participou do conflito que ficou conhecido como a Crise dos Mísseis de Cuba — inclusive tendo uma unidade abatida em outubro de 1962.

Embora seu projeto tenha mais de 60 anos, o U-2 passou por diversas reformulações ao longo do tempo e continua na atividade. Contudo, ele é usado em missões menos “partidárias”, realizando testes atmosféricos para a NASA.

Sua atuação militar mais recente aconteceu há alguns anos quando uma patrulha formada por algumas das 32 unidades dessa aeronave ainda existentes percorreram o céu do Afeganistão, mais precisamente na região do Golfo Pérsico, para instruir as tropas que avançavam em solo sobre possíveis bombas.

O Dragon Lady possui 19,2 metros de comprimento, 5 metros de altura e se destaca por sua envergadura, tendo 31,4 metros de distância entre a ponta de uma asa à outra. Os modelos mais novos do U-2 contam com um motor General Electric F118, o qual é capaz de levá-lo a uma velocidade de até 805 km/h e uma altitude superior a 21 mil metros.

E tal capacidade fez dessa aeronave uma belíssima ferramenta de monitoramento, pois ela é capaz de vigiar um terreno específico tanto durante o dia como durante a noite, faça chuva ou faça sol — já que pode permanecer voando no limite entre a troposfera e a estratosfera.

A pilotagem do Lockheed U-2 é bastante arriscada, e isso não se deve apenas ao fato de o avião chegar aos limites possíveis para a aviação atual. Este modelo foi projetado e produzido para ter uma fuselagem extremamente leve, o que também resulta em uma aeronave muito “sensível” e que deixa pouca margem de erros para o piloto.

Algumas das peculiaridades marcantes do Dragon Lady são a dimensão e a altura das suas asas em relação ao seu “corpo”. Essa combinação de característica promove a ele um funcionamento parecido com o de um planador (algo importante para uma aeronave que vai tão alto). Em contrapartida, isso dificulta o seu pouso.

O design da sua estrutura é tão voltado para mantê-lo no ar que o avião só consegue pousar se as suas compridas asas estiverem completamente estabilizadas. Isso sem comentar o fato de que o modelo é muito suscetível a ventos laterais, ou seja, a situação climática pode complicar ainda mais a vida do piloto, que fica em um cockpit posicionado de forma que ele não consegue ter uma percepção clara da distância entre o avião e o chão.

E ainda existem mais agravantes. O U-2 não possui três trens de pouco como as aeronaves convencionais. Ele conta com apenas dois conjuntos de rodas: um logo abaixo do cockpit e outro atrás do motor, que está ligado ao leme de direção para a pilotagem do avião durante os taxiamentos. Por isso, os pousos do Lockheed U-2 são acompanhados por veículos e uma equipe treinada para acoplar duas rodas auxiliares e corrigir a angulação e o peso de inclinação da aeronave.

Os dispositivos de monitoramento carregados pelo Dragon Lady estão espalhados pela sua estrutura. Uma grande variedade de sensores fica no seu “nariz”, enquanto outros equipamentos de vigilância são alocados atrás do cockpit do piloto. Tais aparatos possibilitam que o avião colete ao mesmo tempo sinais elétricos, imagens e amostras do ar.

O alcance de captura de imagem do Lockheed U-2 talvez seja o que mais impressiona. Mesmo estando a dezenas de quilômetros do chão, a aeronave é capaz de identificar elevações de terreno que coincidem com minas terrestres, sendo essa sua função básica no Afeganistão ao longo de 2010.
Traje especial
Como você deve imaginar, devido à altitude operacional do Dragon Lady, o piloto precisa usar um traje especial para que não perca a consciência com qualquer pequena descompressão da cabine ou até mesmo venha a falecer.

Lockheed U-2 e Traje especial

A vestimenta possui funcionalidades similares às das roupas dos astronautas, fornecendo 100% de oxigênio e tubos de alimentação para missões mais longas. O traje se assemelha bastante com o do paraquedista Felix Baumgartner, que realizou um salto da estratosfera.

Além disso, os condutores do Lockheed U-2 passam por uma preparação de mais de uma hora antes de entrar no cockpit. Eles vestem o equipamento necessário e começam a receber oxigênio “puro” com a intenção de evitar a hipóxia (baixo teor de oxigênio no sangue, uma consequência do deslocamento para áreas de baixa concentração de oxigênio no ar que pode levar à morte).

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