Cientistas Conseguem Mapear DNA da Cevada
Cientistas anunciaram na quarta-feira (17 de outubro de 2012) o mapeamento do DNA da
cevada, uma iniciativa que pode gerar melhorias nas plantações e
aumentar a tolerância de um dos cultivos mais importantes do mundo.
Um dos primeiros grãos domesticados, que tem suas origens há mais de 10
mil anos, a cevada é o quarto maior cereal em termos de área e tonelada
colhida.
Um consórcio de cientistas, que publicou o artigo na revista científica
"Nature", apresentou um "mapeamento de alta qualidade", passo
importante em uma iniciativa de seis anos para sequenciar o DNA da
cevada, disse Nils Stein, do Instituto Leibniz de Genética de Plantas e
Pesquisa de Cultivos, na Alemanha.
Os agricultores podem usar esse rascunho para identificar traços que possam melhorar as cepas, afirmou.
"Essa não é a referência de sequenciamento para a cevada, mas podemos usá-la de forma similar", disse Stein à AFP.
"Isso nos dá acesso direto ao isolamento da informação genética
essencial para traços importantes e nos permite utilizar de forma
eficiente a diversidade genética (da cevada)", acrescentou.
A cevada é uma importante commodity, assim como um alimento básico para
os pobres em regiões do Norte da África, Sul e Centro da Ásia.
É uma planta notavelmente resistente, capaz de sobreviver a uma grande
variedade de condições climáticas, de regiões subtropicais ao Círculo
Ártico.
Mas, como todo cereal, a cevada está exposta aos efeitos das mudanças
climáticas, que aumentarão os riscos de secas e inundações.
Três quartos da produção mundial desse alimento são usados na
alimentação animal, 20% são maltados para uso em bebidas e 5%, em
produtos alimentícios.
Outros importantes cultivos que já tiveram seu DNA decodificado incluem
a batata, a cana-de-açúcar, o milho, a soja, o arroz e outros cereais
menos conhecidos, como o painço e o sorgo.