Os Principais Acontecimentos dos Anos 90 Que Marcaram o Brasil e o Mundo


Os Principais Acontecimentos dos Anos 90 Que Marcaram o Brasil e o Mundo

Os Principais Acontecimentos dos Anos 90 Que Marcaram o Brasil e o Mundo
No início da década de 90, o fim do confronto político-ideológico entre capitalismo e socialismo criou um cenário mundial com novas forças desestabilizadoras, substituindo a bipolarização pela multipolarização. Crises econômicas, nacionais, separatistas e étnico-culturais em todos os continentes confirmaram que o século XX será encerrado dentro de um contexto tão tenso quanto começou. O jogo de forças mudou, pendendo das questões político-ideológicas e militares da Guerra Fria para as econômico-tecnológicas da Nova Ordem. Isso demostra que, mais do que uma nova distribuição de forças, a última década do século XX alterou a própria natureza do poder.

A década de 1990 é o período que se compreende entre 1990 e 1999. Começou com o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria, sendo esses seguidos pela consolidação da democracia, globalização e capitalismo global. Fatos marcantes para a década foram a Guerra do Golfo e a popularização do computador pessoal e da Internet. Em termos políticos, podemos afirmar que o timismo e a esperança seguiram o colapso do Comunismo, mas os efeitos colaterais do fim da Guerra Fria estavam só começando, como o advento terrorista em regiões do Terceiro Mundo, especialmente na Ásia.

O Primeiro Mundo experimentou crescimento econômico estável durante toda a década. O Reino Unido, depois de uma recessão em 1991-92 e a desvalorização da libra, conseguiu 51 bimestres seguidos de crescimento que se seguiram no novo século. Até nações com menor representatividade econômica como a Malásia tiveram aperfeiçoamentos gigantescos. Mas deve se notar que a economia dos Estados Unidos permaneceu sem crescimento durante a primeira metade da década.

Muitos países, instituições, companhias e organizações consideraram os 90 como “tempos prósperos”. Muitos países ocidentais tiveram estabilidade política e diminuíram a militarização devido ao fim da Guerra Fria, levando ao crescimento econômico e melhores condições de vida para as classes altas. Isso também teve a colaboração dos baixos preços de petróleo, devido a um excesso de óleo no mercado. Países da ex-URSS tiveram sua capitalização financiada pela descoberta de petróleo e gás natural.

Os anos 90 foram de democracia expansiva. Os antigos países do Pacto de Varsóvia logo saíram de regimes totalitários para governos eleitos. O mesmo ocorreu com países em desenvolvimento (Taiwan, Chile, África do Sul, e Indonésia). Apesar da prosperidade e democracia, houve um “lado negro” significativo. Na África, o aumento nos casos de AIDS e inúmeras guerras levaram à diminuição da expectativa de vida e nada de crescimento econômico. Em ex-nações soviéticas, havia fuga de capital e o PIB decrescente.

Crises financeiras nos países em desenvolvimento foram comuns depois de 1994, apoiados pela globalização. E eventos trágicos como as guerras nos balcãs, genocídio de Ruanda, a Batalha de Mogadíscio e a primeira Guerra do Golfo, assim como o crescimento do terrorismo, levou à idealização do choque de civilizações. Mas esses fatos foram apenas relembrados com relevância na década de 2000.

Na tecnologia, os anos 90 trouxeram o desenvolvimento tecnológico mais rápido da história, tornando popular e aperfeiçoando tecnologias inventadas na década de 80, com o surgimento do Processador Pentium da Intel, a popularização do Microsoft Windows, especialmente após o Windows 95 e o crescimento explosivo da internet, devido a queda no custo de computadores e tecnologia. Sem contar na famosa bug do milênio, que nunca aconteceu.

A cultura jovem foi muito diversificada se ramificando em tribos num universo social muito diverso que foi desde o superficialismo e consumismo até a militância ambientalista e antiglobalizante. A expressão nas roupas e através de tatuagens e piercings também foi marcante, bem como o consumo de drogas com o surgimento do ecstasy ligado à cultura de música eletrônica do aumento no consumo de maconha pela classe média.

Nos Estados Unidos, Bill Clinton foi eleito presidente em novembro de 1992, batendo George Bush e acabando com doze anos de gestão republicana na presidência. Na Convenção Democrata daquele ano, fora escolhido o candidato deste partido após a deserção de muitos caciques democratas, que não acreditavam na possibilidade de derrotar Bush devido à popularidade por este amealhada após a Guerra do Golfo. Mas o desemprego e a recessão econômica, somados à imagem jovial de Clinton e às dissidências internas entre os republicanos, acabaram por sepultar as chances de Bush pai de se reeleger.

Curiosamente, devido ao modelo estadunidense eleitoral, Clinton elegeu-se presidente sem precisar obter a maioria absoluta dos votos (o terceiro colocado naquelas eleições, Ross Perot, obteve cerca de 19% dos votos, enquanto Clinton e Bush receberam 41 e 37%, respectivamente). Já durante a campanha eleitoral, Clinton sofreu acusações de assédio sexual por parte de Gennifer Flowers, sem que sua imagem fosse seriamente prejudicada.

No Brasil, os anos 90 começaram com instabilidade, com o confisco de poupanças do presidente Fernando Collor. A administração de Collor mais tarde levaria milhares de jovens, mobilizados por uma forte campanha de mídia, a criarem o movimento “Caras Pintadas” e pedirem seu impeachment. No governo seguinte (Itamar Franco), o país experimentou estabilidade econômica e crescimento com o Plano Real (1994), que igualava a paridade da moeda e do dólar por meio de uma banda cambial. A cultura brasileira tornou-se mais valorizada, com a ressurreição do cinema e a boa recepção de músicos brasileiros no exterior. O esporte também passou por bons momentos, com 18 medalhas olímpicas e títulos mundiais em futebol e basquete.

O Ministro da Fazenda que implementou o Real, Fernando Henrique Cardoso, se elegeria presidente por duas vezes seguidas naquela década, ganhando sua reeleição após mudar a Constituição. O sistema de bandas cambiais mostrou fragilidades ao fim da década, tendo impactos no aumento da pobreza. Com as reservas cambiais comprometidas, a moeda tornou-se flutuante em janeiro de 1999, após não suportar as pressões especulativas junto à crise russa de 1998. FHC conseguiu para a sua eleição à presidência o apoio total do PSDB, do PFL, do PTB (que o apoiou nas duas eleições presidenciais), do Partido Progressista Brasileiro — PPB (atual PP) e de parte do PMDB, e conseguiu manter estes apoios nos seus 8 anos de governo, o que deu relativa estabilidade política ao Brasil neste período.

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